Política
Denúncia de assédio sexual esquenta debates na Câmara de Pelotas
Apesar de já ter deixado a titularidade do cargo, Cauê Fuhro Souto mantém pressão para caso ser analisado
Foto: Ederson Ávila - José Sizenando reassumiu o cargo na Casa
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Os últimos dias são considerados movimentados na Câmara de Vereadores de Pelotas. Com o afastamento do vereador Cauê Fuhro Souto (UB) e a volta de José Sizenando (UB) os discursos na tribuna esquentaram e também uma série de denúncias envolvendo temas que já tramitam na Justiça comum, como assédio sexual, apareceram na Casa. Com essa troca, Fuhro Souto volta a ser o primeiro suplente da sigla.
Nos discursos presenciais e nas redes sociais, o ex-vereador fala sobre o julgamento do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-RS) e do efeito suspensivo concedido a Sizenando, possibilitando seu retorno como titular da cadeira. Fuhro Souto menciona a suspeita de assédio sexual contra Sizenando e cita as denúncias protocoladas contra o vereador na Comissão de Ética e na Procuradoria da Mulher.
Em contato com a reportagem, Fuhro Souto fala que todas as denúncias protocoladas na Comissão de Ética ferem o regimento interno do Legislativo e o novo Código de Ética, aprovado pelos parlamentares este ano. “Uma denúncia é sobre a condenação por improbidade administrativa, a outra é por ele ter sido condenado por nepotismo e também sobre os casos de assédio sexual, que também ferem os princípios do partido”, diz.
Ele também alega que foi procurado por supostas vítimas, mas que nenhuma teria tido sucesso ao procurar a Procuradoria da Mulher no Legislativo. “Orientei elas a procurarem a Justiça”, completa. O advogado de Sizenando, Felipe Matielo, informa que as últimas declarações envolvendo o parlamentar estão sendo analisadas.
O que diz a Comissão de Ética
De acordo com o presidente da Comissão, César Brisolara, o Cesinha (PSB), o que chegou nas mãos da Comissão até o momento foram três denúncias - feitas por pessoas diferentes - que tratam da mesma acusação de assédio sexual. Porém foram arquivadas poucos dias depois da posse de Fuhro Souto. “Arquivei porque vi que não tinha mais sentido o objeto, já que José Sizenando não estava mais na Casa”, conta.
As denúncias para a Comissão de Ética são protocoladas na Presidência e, depois de averiguadas, o presidente decide se encaminha direto à Comissão ou solicita parecer ao departamento jurídico. No caso das últimas representações, todas foram encaminhadas ao procurador da Casa, Luís Cavalheiro. “Não sei o conteúdo das novas denúncias”, afirma Cesinha. Cavalheiro diz que duas denúncias irão retornar à Presidência amanhã, com o seu parecer. No entanto, prefere não adiantar a apreciação e também não comenta o teor dos casos.
O que diz a Procuradoria da Mulher
A vereadora Miriam Marroni (PT), que este ano é coordenadora das ações da Procuradoria, conta que recebeu três denúncias nos últimos tempos e todas referentes a uma matéria que já tramita judicialmente, em segredo de justiça, que são as acusações de assédio sexual. “A Procuradoria tem o papel e o dever de acolher mulheres vítimas de violência. Não fomos procurados por nenhuma vítima que esteja relacionada a este caso”, relata.
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